A Carolina acabou de abrir uma empresa para venda de produtos da linha fitness.
A empresa, da Carolina, irá vender whey protein, barrinhas
proteicas, creatina, pasta de amendoim, além de roupas fitness e alguns
acessórios para treino, tais como, luvas, joelheiras, colchonetes e alguns
pesos.
Antes de abrir a sua loja para o público, Carolina tratou de
adquirir todas as mercadorias para compor seu estoque, além disso comprou
móveis, ar condicionado e outros produtos que ficariam permanentemente na loja
para expor e guardar os produtos.
Como o contador orientou, Carolina pediu notas fiscais para
todos os fornecedores. Isso quer dizer que, todos os produtos adquiridos para
empresa serão comprados em nome da empresa, com o CNPJ da empresa, não podendo
comprar produtos para a loja em nome da proprietária pessoa física.
No início do mês, a Carolina, enviou as suas notas fiscais de
compras para que o contador fizesse a escrituração desses documentos.
Quando o contador começou a folhear as notas fiscais
percebeu algumas compras estranhas a atividade que a Carolina iria executar.
Imediatamente, o contador solicitou que Carolina confirmasse se aquelas
aquisições eram mesmo para a empresa.
Carolina comprou dois filtros de água, mas confessou que um
deles era para sua casa. Tinham compras de lojas de material de construção,
porém, a empresa da Carolina não estava em reforma, mas como a Carolina precisa
de alguns espelhos para a loja e sua casa está em reforma, aproveitou e comprou
em nome da empresa, afinal, os espelhos eram caros e ela imaginou que os
espelhos valiam mais que o restante do material.
Enfim, Carolina não entendeu que era proibido misturar suas
coisas pessoais com as coisas da empresa. Afinal, a pessoa jurídica é uma
pessoa que tem obrigações que precisam ser cumpridas e tudo o que for
adquirido, como o que for vendido, precisa ter comprovação por meio de
documentos fiscais.
Dessa vez, a Carolina aprendeu a lição. No outro dia fez as
compras apenas para empresa e se precisasse de qualquer produto para seu consumo
pessoal, pediria uma outra nota fiscal com os seus dados de pessoais.
No segundo mês Carolina apresentou as notas da empresa, tudo
perfeito, com uma exceção... Carolina não apresentou nenhuma nota fiscal de
venda dos produtos. Carolina alegou que vendeu muito pouco e deixou para emitir
os documentos fiscais, dessas vendas, juntamente com as vendas do outro mês.
O contador explicou para Carolina que a nota fiscal deve ser
emitida em todas as vendas, não importa se foi uma barra de proteína, essa
venda deve ser registrada no ato da venda para o consumidor. Carolina achou que
não tivesse problema, mas seu contador alertou que ao efetuar as vendas sem
documento fiscal ela já comete graves erros: uma infração tributária, que
gerará uma multa em uma eventual fiscalização; o seu estoque ficará uma bagunça
e como Carolina efetuou as vendas por meio de cartão de crédito e débito, as
vendas, no cartão, são monitoradas pela Receita Federal e isso permite que a
Receita saiba todas as transações da empresa dela.
Carolina ficou bastante preocupada e passou a tirar suas
dúvidas com o contador, porém, viu a necessidade de fazer alguns cursos voltados
a empreendedorismo, já que, por enquanto, não poderia contratar ninguém para
ajudá-la no controle financeiro da sua empresa.
Reflexão
Muitos empreendedores são excelentes na carreira que
exercem, mas esquecem que empreender vai além de ser um excelente profissional.
A loja pode ser na garagem da casa da pessoa ou na Avenida
Paulista, não importa o local, as formas de abertura das lojas serão iguais,
independente da região.
A Receita Federal tem diversos meios para fiscalizar uma
empresa e esses meios são utilizados para qualquer tipo de empresa. Então, a
melhor coisa que um empreendedor faz é sempre se informar antes de começar um
negócio. Negócios não são aventuras, não dá para fazer um teste drive e ver se
compensa ou não manter a empresa aberta, tudo isso será descoberto com um bom
plano e, depois, com a própria experiência.
Infelizmente temos um sistema muito burocrático aqui no
Brasil. A burocracia é, em parte, para evitar a sonegação de impostos, mas
incrivelmente, a sonegação só aumenta. Muita gente desistiu de agir
corretamente e escolhe, à primeira vista, o caminho da facilidade, porém, esse
caminho tem prazo de validade que inegavelmente lhe levará a uma grande dor de cabeça que não vale a pena sentir.
Tem como agir certo no Brasil? Tem sim, assumindo os custos
do negócio e isso inclui pagar os impostos corretamente. O que acreditar ser
injusto, basta ingressar com uma ação judicial (mas terá mais custos). Brigar
com o governo não é barato. Então, primeiro faça a sua parte e siga o melhor
conselho que já recebemos, como disse Jesus: Dai a César o que é de César.
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