Essa postagem, apesar de ter o intuito tributário, me fez lembrar do que a minha coaching e personal Cláudia Borges sempre fala para mim quando apresento o resultado "negativo" do meu emagrecimento. Ela fala assim: Silmara, essa conta não fecha. É matemática... você não está seguindo a dieta.
Eu crio diversas teorias para a dieta ter flopado, mas ela rebate todas e eu fico sem argumentos, mas eu, no fundo, bem lá no fundo, ainda acredito que não é possível que o erro de cálculo seja culpa exclusivamente minha.
Quem faz dieta sabe o que estou falando... mas voltando para o nosso tema... Quando será que a conta não fecha no departamento fiscal?
Meus caros... as contas não fecham quando:
1. Você não revisa o seu trabalho.
Separe um tempo para fazer revisões. Troque com algum colega e peça para que ele analise e confira seu trabalho. Isso não precisa ser feito sempre, mas coloque datas específicas e volte a olhar depois de um tempo.
2. Tem pressa para entregar o trabalho.
Sim, o fechamento tem prazo. O tributo, não enviado no prazo, para o cliente, poderá ser recolhido com encargos. As várias obrigações acessórias terão multa em casos de: omissão, incorreção e falta de entrega. A NFe emitida nas pressas poderá gerar uma autuação.
A pressa é inimiga da perfeição e inimiga, principalmente, do departamento fiscal. Melhor pisar no freio e ter calma para seu fechamento. Concentre-se!
3. Não faz associações.
A nossa cabeça, muitas vezes, direciona a nossa atenção para o caso concreto de forma que enxergamos as coisas em linha reta. Quem trabalha com tributos, precisa ter visão mais aberta e isso a gente aprende fazendo associações. Porém, elas não virão do nada... você precisa desenvolvê-las utilizando métodos para isso. Eu, por exemplo, comecei a fazer associações quando comecei a fazer leitura de decisões dos tribunais (jurisprudência) e respostas de consultas dos órgãos públicos. Muitas vezes eu me lembrava de alguma situação que teria acontecido com algum cliente e sempre pensava: nossa... essa situação se enquadra naquele caso. Assim, consegui orientar um procedimento ou direcionar a um erro, com as expertises que essas informações me proporcionaram.
4. Não faz mapeamento de operações.
Olha, a nossa memória pode falhar de vez em quando. Para isso, nós podemos dar uma ajudinha. Mapear as operações que você tem mais dificuldade. Fazer anotações e ligações entre as informações. Como o cliente sempre liga no momento que temos que apagar incêndio, ele precisa de uma solução rápida e eficaz, se você tiver a informação em mãos, facilita para não ter que parar e procurar sempre que o cliente precisar.
5. Ser o desavisado do setor.
A legislação foi publicada hoje, daqui 5 minutos o telefone toca e o cliente quer saber sobre essa alteração pois ele ouviu no Jornal Nacional. Você, desesperado, já liga para a consultoria para lhe darem um feedback.
Bom, é uma situação delicada, pois o cliente está sabendo da notícia pelo Willian Bonner, mas você não ficou sabendo porque nos horários que essas informações foram noticiadas, ou você estava no trabalho ou você estava a caminho de casa. Quando você chega em casa, não tem ânimo de ligar a televisão para ver as notícias do momento. Quer é assistir uma séria na Netflix (e está tudo certo nisso).
Agora, se ser desavisado lhe incomoda, você precisa arrumar estratégias para que a notícia chegue até você. Não adianta, isso é mundo real, não saber faz diferença e saber é obrigação.
6. Não dá retorno para o cliente
Uma coisa que eu tenho pavor é ouvir aquela frase: olhhhaaa eu não tenho só você de cliente.
Gente, fico horrorizada com isso. Acho falta de ética. Precisamos garantir que o cliente tenha retorno e respostas, essa é a nossa função. Não adianta reagir a uma cobrança. Muitas coisas mudaram, mas o cliente continua exigente e nós temos, hoje, a tecnologia a nosso favor. Se o cliente não é muito respeitoso, não seremos nós que "vamos colocá-lo no lugar dele". Isso é desrespeito e não pode fazer parte do tratamento com o cliente.
7. Quer entender tudo na primeira leitura da legislação.
Na minha primeira prova no curso de Direito, tirei 2,5. A maioria, da sala de aula, tirou notas baixas, mas também tiveram boas notas.
Quando a turma pegou a prova nas mãos começou um bafafá... teve até desistência do curso. O professor pediu para estudar pelo Compêndio da Maria Helena Diniz. Uma doutrina maior que a Bíblia e com uma linguagem complexa. Eu comecei a ler, mas nada do que eu li entrou na minha cabeça. Entrei em desespero e desisti de continuar a leitura.
Só sei, que no meio de tantas reclamações sobre a escolha de um compêndio incompreensível, o professor perguntou para a sala. Quantas vezes vocês leram? Alguns falaram uma (eu pensei: li menos que a metade). Aí ele veio com uma resposta que eu uso até hoje: eu li 10 vezes para entender, li até entender.
Bom... não preciso falar mais nada não é mesmo? Não queira fazer a leitura da legislação uma única vez e tentar sair dessa leitura com tudo na cabeça. Faça uma leitura de reconhecimento, veja as razões da alteração ou criação daquela norma (fale com a lei.... nossa postagem anterior). Recuse a se levantar da mesa sem ter entendido... aguarde, antes de ligar para a consultoria.
Crie métodos... convide um outro profissional para ler junto. Discuta... Tenha certeza que você irá se aprimorar e com o tempo as leituras serão muito mais fáceis.
Espero que com essas dicas a conta sempre feche! Ah... só para tirar sua curiosidade sobre a minha primeira prova do curso de Direito. Nas próximas provas eu tirei 8,5 e 9,5, não me livrou do exame, mas foi gratificante saber que eu cheguei muito mais longe do que esperava.
The end